Sua partida me fez perceber o quanto eu te amo, e com o tempo, um dos meus maiores medos é acabar te esquecendo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lygia Maier

Bom, eu sempre fui uma menina que sonhava demais, e acho que é por isso que minhas histórias ficam boas. E acho que essa é uma boa idéia. Vamos começar...
Aqui está ela, atravessando o mundo, e o mais interessante, a pé. Faz quatro meses que ela vem andando sem descansos, sem cansaço, sem remorsos por ter deixado tudo para trás. Ela está feliz, e seu coração, ansioso. Seus olhos esperançosos, e verdes, olham sempre o horizonte, esperando achar aquilo que a colocou nessa jornada.
Nesse instante seus pés descalços afundam na terra fofa da imensa plantação de trigo. Seu cabelo vermelho, cor de cobre, balança conforme o vento e em suas mãos se encontra uma linda rosa branca.
Seu longo e impecável vestido branco arrasta-se no chão. Ela não sente medo, sono, sede, nada. Sua maquiagem está perfeita até hoje, apesar de ter se molhado. Tudo isso porque uma imensa paz se apossou de seu corpo, e quem está mandando nela é o coração.
É, agora seria um ótimo cenário para nossa personagem encontrar o que procura, porém já enjoei de pôr-do-sol em minhas histórias. Essa é diferente...
A imensa lua já se encontra no céu, junto de milhares estrelas, e Lygia Maier continua a andar, com um pequeno sorriso no rosto. Ela já havia passado pela plantação e agora já se encontrava em um pasto.
Ela puxou a barra do vestido, pulando em seguida a cerca. A noite estava silenciosa e misteriosamente linda. A flor agora encontrava-se em seu cabelo, completando o seu lindo rosto, e pela primeira vez nos últimos quatro meses ela desviou seus olhos do horizonte para admirar a noite, olhar o gado. Depois de alguns segundos ela voltou os olhos para o horizonte, e o que ela viu fez seu coração bater animado. Era a silhueta de alguém. A pessoa também pareceu ficar mais animada, pois pôs-se a andar mais apressadamente. A sensação era ótima, estava apaixonada.
Ela parou ainda olhando o jovem se aproximar. Ele tinha ombros largos, sorriso torto. Sua pele era morena e seus olhos e cabelos eram escuros. Ele estava com uma calça branca e uma camisa social cinza desabotoada, revelando seu peito nu. Seus pés estavam descalços, e em sua mão se encontrava uma linda rosa branca. Ela não precisava saber seu nome, pois tinha certeza que era ele.
Ele finalmente parou. Estava a uns cinco metros de distância. Seu sorriso era imenso. Parado, fitava Lygia, que fazia o mesmo.
- Eu sabia que te encontraria! – ele disse, revelando uma voz rouca que era ao mesmo tempo suave.
Uma sensação gostosa passou por seu corpo, era como se já conhecesse essa voz.
- Eu também... – ela disse docemente.
Ela estava feliz, encantada, pois ela havia finalmente encontrado o que procurava. Ela saiu correndo e pulou em seu colo, e ele em meio a risadas a rodou no ar.
Lygia Maier havia encontrado o seu primeiro amor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Como nos Filmes

Às vezes eu queria ser livre como nos filmes. Como Pocahontas, que tinha aquela imensa floresta para desvendar, eu quero ser livre para poder ouvir o meu coração. Eu quero saber o que ele tenta me dizer todos os dias, dês da hora em que acordo até a hora em que me deito. Às vezes acho que ele grita comigo, mas eu estou presa em meu cotidiano, presa na cidade, na realidade, e infelizmente não consigo ouvi-lo.

Eu desejo ser livre como nos filmes de desenho animado em que se pode fazer tudo. Eu quero ser livre para pular de um precipício, e mergulhar no mais puro azul do mar. Eu quero ouvir o lobo uivar para a lua cheia no meio da noite sem sentir medo. Quero sentir prazer em sentir o vento bagunçar o meu cabelo no cume de uma montanha. Gostaria de sentir a harmonia entre a natureza e o humano.

Eu desejo segurar em meus braços um filhote de leão sem ser atacada. Eu quero ouvir o vento sussurrar no meu ouvido os segredos da floresta. Eu quero ver tudo, sentir tudo, e aprender de tudo. Eu quero ser livre. Quero sentir o prazer de correr livre – e descalça - em uma floresta. Eu quero subir em uma árvore e espiar um ninho com seus passarinhos.

Como Aladin, eu desejo voar em um tapete mágico e me deixar levar pelas maravilhas do mundo. Quero ver o mundo ideal que Deus me deu para apreciá-lo. Quero descobrir novas espécies, quero conhecer novos lugares.

Como Cinderela desejo ter uma noite maravilhosa em um baile. Quero conhecer um príncipe encantado e dançar com ele a noite inteira. Como Cinderela, eu quero acreditar que um dia os meus sonhos poderão se tornar realidade, e a única coisa que devemos fazer é acreditar neles, de todo o coração.

Como os irmãos Lúcia, Edmundo, Susana e Pedro, eu quero sentir o prazer de respirar o mais puro ar de Nárnia. Quero temer aqueles grandes olhos do rei Aslan. Quero passar a mão em seu pelo, e beijar sua juba. Quero percorrer os mais belos campos de Nárnia sentada em seu dorso. Desejo conhecer todas as criaturas, todas as dríades, quero participar de uma festa dos faunos, quero ser aplaudida pelas árvores, quero voar em um cavalo alado. Quero desvendar, viajar por toda a Nárnia. E depois de muitos anos, quero achar a porta do guarda-roupa e contar as novidades para meus amigos, mesmo que eles não acreditem.

Desejo que um dia Peter Pan entre pela minha janela e jogue em mim o pozinho mágico de Sininho, e com ele quero ir até a Terra do Nunca e vencer o Capitão Gancho. Quero ouvir em segurança o canto das sereias, e olhar de longe os piratas. Quero contar história de conto de fadas para os meninos abandonados que moram com Peter Pan dentro da imensa árvore. Quero dividir histórias com Wendy, e contar piadas para seus irmãos, e depois, quero voltar voando de volta para o meu quarto, e escrever detalhadamente tudo em meu diário. Quero ser livre.

Eu desejaria passar um dia no jardim secreto, e mais ainda passar um tempo junto com a linda Pequena Sereia pegando os tesouros encontrados no fundo mar e perguntar para o que eles servem. Gostaria de receber uma bronca de Sebastião, e ver do mar uma grande festa em um navio. Ah como eu queria que fosse como nos filmes.

Eu gostaria ter a coragem de Mulan e me alistar no exército por amor ao meu pai. Amaria de todo o coração desvendar os segredos do mundo do faz de conta. Gostaria que pelo menos um dia esse mundo se tornasse realidade para mim, porém está cada vez mais difícil se chegar nesses lugares, onde os animais falam livremente com você, e você com eles, pois a imaginação está sendo trocada pela preocupação do dia-a-dia. Quais? De fugir de furacões, tirar a água de dentro da casa devido as fortes chuvas, andar preocupado na rua com medo de ser assaltado, ou até mesmo seqüestrado. E com o tempo esses mundos vão ficando cada vez mais distantes de nossas vidas, de nossos corações. Infelizmente para mim essas histórias vão ficar apenas como faz-de-contas, mas que concerteza levarei comigo durante muito tempo, pois acredito que um dia talvez os meus sonhos se tornarão realidade, e eu poderei ser como nos filmes, livre.

Adolescência

Ser adolescente é achar que o mundo vai acabar pelos problemas; é achar que aquele namoro vai durar para sempre, sem saber que o "sempre" não existe.
Ser adolescente é passar horas no computador conversando com a melhor amiga, fofocando e trocando segredos. É deitar na cama de mau humor, porque os pais mandaram, mas só ir dormir depois de pensar em tudo o que está acontecendo no mundo, na vida.
Ser adolescente é tropeçar em uma pedra e quase cair; é fazer caretas no espelho e rir da própria cara. É discutir com você mesmo, sem motivo.
Ser adolescente é não ligar para o que os outros dizem; é extravasar em cada detalhe. É comer brigadeiro dereto da panela, por preguiça de tirar.
Ser adolescente é querer sumir do mundo para nunca mais voltar, e arrepender-se rapidamente disso.
Ser adolescente é sonhar com um mundo melhor. É criticar a roupa da outra, mas mal ligar para a própria.
Ser adolescente é buscar o nada, querendo o tudo.

O presente

- Mamãe, - perguntou a menina de olhos verdes com a cara grudada no vidro do lindo Eclipse de sua mãe de olhos azuis - porque aquele homem de olhos escuros ali na rua fica fazendo malabederizo? – Tropeçou ela nas palavras.
- Malabarismo filha! – corrigiu a mãe.
A mulher olhou para aquele homem sem teto com aquele seu coração frio. Ela teve nojo.
- Ele não é rico como a gente – disse a mãe de nariz empinado. Ele está aí tentando arrumar dinheiro.
- E ele consegue?
- Às vezes filha, as vezes.
O sinal abriu e o carro começou a andar. Seus olhos verdes, de cor esmeralda acompanharam o homem. Estava pensativa. Seu coração estava corroído, estava sentindo muita pena do homem. Todos os dias de manhã ela fazia com sua mãe o mesmo caminho para ir à escola, e aquele homem estava lá, todas as manhãs. E cada dia que se passava os seus olhos verdes se enchiam mais e mais de lágrimas. Mas ela só tomou uma atitude quando viu numa certa manhã que os olhos escuros choravam desconsoladamente, e que ele segurava um cartaz. A menina confusa tentava entender o que se passava com ele.
- Mamãe, lê para mim!
A formosa senhora suspirou.
- “Socorro! A minha filha de três anos está com uma forte pneumonia e não tenho dinheiro para o tratamento. Me ajudem!” – A mãe não fitou a garotinha, apenas manteve a pose.
No outro dia a menina segurava uma caixinha branca, de veludo. Os olhos azuis da mãe tinham percebido que havia algo de diferente na pequena. Ela estava ansiosa. Mas a senhora não se atreveu a perguntar. Ela apenas se conteve.
Quando chegou no costumeiro sinaleiro, a garota abriu um sorriso. Lá estava o homem! Sem mais nem menos ela abriu a janela, colocou o corpo para fora e chamou o homem, ignorando os gritos de sua mãe. Os pequenos olhos verdes se encheram de lágrimas, e um sorriso tímido surgiu em seu rosto.
- Um presente para você, para sua família.
Então ela entregou a caixinha. A menina continuou fitando o homem enquanto seus dedos trêmulos a abria, e percebeu que seus olhos eram castanhos claro. Já aberta, o cara surpreso olhou para ela, não acreditando. Então o sinal abriu e a sua mãe arrancou o carro, e sorridente a menina acenou para ele, se despedindo. O homem fitava o carro, emocionado. A menina se sentou novamente no banco, e colocou o sinto.
- O que foi aquilo? – gritou a mãe.
- Um presente. – disse a menina com seus olhos verdes brilhando.
- O que tinha nele? – gritou a mãe impaciente.
- Toda a minha mesada dos últimos 10 meses.
A mãe abriu a boca.
- Mas a sua mesada é de 3 mil por mês, daria 30 mil reais no total. – disse a mãe ainda gritando.
Os olhos verdes piscaram, derrubando uma lágrima. A filha olhou para a mãe encabulada, mas com seu lindo sorriso ainda no rosto.
- Eu sei.

Queridos leitores,

É minha primeira postagem e meu primeiro blog, e digo que estou meio ansiosa, pois não sei se alguém realmente lerá o que escrevo, mas se alguém ler, acho que já estarei preparada para as críticas. É, eu confesso, sou uma adolescente apaixonada por livros, romances, aventuras, e principalmente, ação, tanto que até estou escrevendo um livro, que tem como título "Solstício de Verão", e que desejo mandar para uma editora ainda nesse ano. Mas isso não convém o caso, e sim que o meu objetivo com esse blog é divulgar minhas estórias, que venho escrevendo ao longo dos anos. Espero que vocês gostem, e me perdoem por essa entediante introdução.