Sua partida me fez perceber o quanto eu te amo, e com o tempo, um dos meus maiores medos é acabar te esquecendo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

De Rose

Estava meio revoltada esse dia. :D Rs. E desculpem a demora, estou sem computador.

De: Rose
Para: Robert
Ah o amor, uma coisa linda. É ele que nos faz dançar no quarto depois de uma conversa com aquela pessoa, é ele que nos pega de surpresa com apenas um olhar e que sela o seu encanto com um beijo. O amor é o melhor sentimento que existe, na verdade, para alguns, ou melhor, para aqueles que o tem correspondido. Mas nós, o resto, que choramos escondidas no banheiro porque ele ama outra, que rasgamos fotos e que brigamos com as amigas porque tudo acabou e que ficamos esperando ele puxar um assunto na internet ou que pelo menos te cumprimente ao passar ao seu lado! Nós também merecemos atenção.
O amor pode ser o melhor sentimento do mundo, mas junto com ele vem o sofrimento. É ele que também nos faz ter as piores festas, que nos faz sentirmos sozinhos mesmo rodeados de pessoas. Mas sabe o que mais me irrita? O amor é traiçoeiro. Mesmo que estejamos sofrendo muito, não resistimos a esperar que essa pessoa nos ame, que dê sua mão nos momentos difíceis e que te abrace como nos velhos tempos.
Mas aí está você, olhando para mim chorar silenciosamente em meu canto, você sabe que eu posso estar bem por fora, mas por dentro eu estou arrasada, você me conhece como ninguém mas mesmo assim não fala comigo. Você fica me assistindo chorar, mas tudo bem, porque eu gosto do jeito que você me olha e que mente. Você ri quando falo que ainda o amo, e não acredita no que digo. Eu não consigo falar tudo o que sinto por você, pois da mesma intensidade que eu o amo, eu o odeio. Talvez para você tenha sido apenas um jogo, mas para mim foi coisa séria. Ainda lembro das vezes que você sussurrava em meu ouvido que me amava. Tudo aquilo era também mentira?
Incontáveis são as vezes que nós, os rejeitados queremos fugir para longe, para não se pegar olhando aquele rosto que nos faz chorar e que não sai de nossas cabeças, mas eu simplesmente não posso mudar nada em você!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marx Radix

Bom. Aqui eu tentei algo novo. Espero que gostem ;x

01-04-2000
- Josh!
O velho levantou-se do chão segurando ainda a caixa de massa de tomate. O outro, de rosto vermelho, não o esperou responder.
- O chefe está mandando você ir no porão para tentar concertar o problema da energia.
- No porão? – perguntou espantado.
Pedro deu uma risada curta.
- Eu fiz a mesma pergunta para ele, e o chefe disse – ele ficou vesgo e engrossou a voz – não há nada lá que vá te matar!
Então os dois riram.
- Pode deixar que eu termino essa prateleira para você. Ah, e não se esqueça do Marx Radix! – ele tentou fazer uma voz tenebrosa.
O velho se virou abanando a cabeça e começou a atravessar os longos corredores do supermercado que estavam cheios, era dia de promoção. Ele sabia que Marx Radix era apenas uma lenda, que os próprios empregados inventaram para se divertir, e ter o que rir na hora do almoço, mas a idéia de entrar lá sozinho já era ruim, ainda mais o fato de estar velho, pois agora era mais restrito aos seus movimentos. E por muito tempo a piada vem sendo que Marx ficava no porão, pois fazia anos que ninguém ia lá.
“Permitido entrada apenas para funcionários”
Josh empurrou a porta, e atravessou o pequeno quarto. Pegou no armário a caixa de ferramentas e pegou na gaveta a lanterna.
Com passos lentos se dirigiu à pequena porta de madeira que ficava no fim do corredor mal iluminado, e abriu-a.
- Credo!
O porão estava horrível. Haviam teias, moscas. Nem se fala da falta de ventilação e de iluminação. Tinha caixas jogadas, ratoeiras armadas, baratas na parede, infiltrações. O porão tinha um cheiro horrível, e era muito grande.
- Espero que isso não faça mal para o meu pulmão, - resmungou – o seguro de vida está muito caro!
Ao passar pela porta, seus olhos por um momento ficaram cegos, e nesse instante o tempo pareceu parar, pois ouviu alguém chama-lo pelo nome, e segurar sua mão.
Assustado começou a balançar sua mão, tentando se livrar da pressão. Suas mãos com o toque ardiam, e seu pulso doía. Finalmente a visão voltou e ele prendeu o fôlego. Não tinha ninguém ali, estava sozinho. Ele olhou para o pulso, mas nada, nenhum corte. Estranho.
- Legal – ele começou a descer os degraus, que rangiam – sou um velho que só reclama e estou com medo de um cara que nem existe!
Já havia descido bastante, mas a escada parecia não acabar. Enquanto isso vasculhava o porão. Ele mesmo não sabia se era para ter certeza de que não tinha ninguém ali com ele, ou para ver se encontrava algum interruptor. Então, pisou em falso. O degrau quebrou e seu pé ficou preso. O velho instintivamente soltou o que segurava e se segurou no corrimão. A lanterna se apagou.
- Droga!
Sem conseguir ver nada, começou a apalpar o chão a procura da lanterna. Percebeu que seu pé estava preso no último degrau.
- Ai! – gritou.
Começou a abanar a mão, mas o negócio não soltava. Finalmente conseguiu tirar o que parecia ser uma ratoeira de seus dedos e os colocou na boca. Em meio aos seus gemidos conseguiu ouvir alguém rir. Era uma voz rouca.
Ele arregalou os olhos e tentou ouvir a voz, mas o silêncio tomou conta do ambiente. Ele olhou para cima, a porta estava muito longe. Ele voltou os olhos para a escuridão. É, ele teve certeza de que não estava sozinho ali, mas precisava terminar o serviço. Ele sabia que ninguém iria acreditar nele, e que ele perderia o emprego, de novo!
Suas mãos ardiam. Ele tentava desesperadamente tirar o seu pé dali. A escuridão era muito desconfortável, queria sair dali. Estava exausto. E além do mais, estava se sentindo muito vulnerável.
- Finalmente! – ele sussurrou.
Com medo, saiu apalpando o chão. Encontrou a lanterna. Aterrorizado com o que poderia ver, a ligou. Nada. Ele iluminou todos os cantos, mas não tinha nada! Ele soltou a respiração.
- Acho que estou tomando muitos remédios.
Ele pegou a caixa de ferramentas do chão e caminhou até um interruptor que não percebera antes. Não aconteceu nada. Vasculhou nas paredes a caixa de força. Tropeçando nas caixas, chutando as ratoeiras e desviando das teias chegou à caixa. Suas mãos tremiam.
Enquanto mexia nos fios começou a rir de sua situação. A poucos minutos estava acreditando que existia um homem de olhos roxos, com o nariz onde deveria ser a boca e que se alimentava de homens. Simplesmente ridículo.
Ah, ainda tinha mais. Marx Radix tinha unhas de 10 centímetros verdes florescentes.
Escuro.
- Mas que azar!
Sem soltar o fio colocou a mão no chão, e segurou algo. Não era lanterna. Ele olhou para baixo e gemeu. Tirou a mão e começou a se arrastar no chão até aonde achava que estava a lanterna, enquanto fugia daquelas unhas verdes.
- Não! Você não existe! – ele gritava.
Ele trombou na parede.
- Josh – Marx falou – tome sua lanterna.
- Vá embora!
- Não. Estou com fome!
Ele achou uma tábua solta e a segurou. Podia sentir o mau hálito perto de seu rosto. As unhas verdes, a única coisa que se conseguia ver naquele escuro, estavam próximas.
- Não! Ele gritou, e então bateu com toda sua força no Radix.
Ele pode ouvir o pesado corpo cair no chão. Aterrorizado mergulhou na escuridão e saiu correndo em direção a porta que ainda estava aberta.
E então tudo aconteceu muito rápido. Num segundo estava no chão e no outro imóvel, com aquelas unhas em seu peito e pescoço.

18-08-2005
- Josh! Pare! – gritou o enfermeiro – Peguem a camisa de força.
O velho se contorcia na cama. As lembranças não iam embora. Aquelas unhas, os olhos roxos, a voz. Tudo!
- Ele existe! O Marx! – Ele insistia gritando.
- Não Josh, você está louco! Gente, traz morfina.
Josh tentava se livrar das mãos que o seguravam. Eram muitas. Estava desesperado.
- Não me apaguem de novo! É na escuridão que ele aparece. Ele está me esperando.
- Josh – sentiu a agulha o espetar – você está louco.
Tudo de apagou. Então, lá longe na escuridão ele pode ver aquelas unhas brilhando vindo em sua direção

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um ser confuso !

Não consigo entender como as pessoas conseguem ser assim às vezes, tão insignificantes com nossos sentimentos e com as coisas em geral. Pensava que quando um amigo estava triste, o outro deveria chorar com ele. E quando estivesse feliz, o outro deveria alegra-se com ele, mas nesse mundo de hoje, os padrões estão sendo quebrados, pisoteados no chão e completamente ignorados! Dês de quando ouviu-se falar que amizade acaba assim, num estralar de dedos? Se isso aconteceu, não era uma verdadeira amizade. Porque uma amizade dura para o resto da vida. E tem mais. Hoje em dia as pessoas usam a frase "eu te amo" todos os dias, por motivos bobos. Elas não sabem como essas três palavras são tão importantes e fortes. O verdadeiro significado do amor está se esfriando no coração das pessoas. Aonde já se viu um pai matar um filho e vice versa? Ah, e tem a questão da "etiqueta" - se é que me entendem. Antes, quando uma mulher entrava num cômodo, os homens se levantavam e faziam uma pequena reverência, agora, quando uma mulher entra você não sabe como comprimentá-la. Um abraço? Um beijo no rosto? Um aperto de mão? É, o ser humano é confuso, e complicado de entender. Seria melhor se a inocência e a alegria da infância não se perdesse na vida adulta, pois isso com certeza faz falta nesse mundo, a paz, o amor, a justiça! E não estou falando como eu-lírico, e sim como Allana.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Até os Sonhos

- Que bom filho! - Sussurrou ela.
O menino, confortado em seu colo, lhe contava as novidades, enquanto juntos admiravam o oceano. A praia estava vazia, e o dia estava maravilhoso.
- Para onde você quer ir em nosso próximo encontro? – perguntou a mãe enquanto mexia em seu cabelo louro.
Ele fechou os olhos, e finalmente uma covinha surgiu em sua bochecha, seguido de um sorriso torto.
- Roma!
A mãe riu, e juntos suspiraram. Eles formavam uma dupla perfeita!
- Aposta uma corrida até o mar? – ela perguntou com os olhos brilhando, a fim de espantar as lágrimas.
O jovem de apenas nove anos sorriu.
- Já! – gritou ele, correndo em disparada com seus pés descalços pela areia.
A mãe, surpreendida começou a romper em risadas, e levantando-se, tentou acompanhar o garoto.

- Filho, – cutucou seu pai, interrompendo seu sonho – você vai se atrasar para a escola!
Resmungando, ele saiu da cama, e seu dia no colégio foi como nos outros, divertido. Ele era um garoto que se enturmava fácil, porém guardava sempre uma enorme ansiedade em seu coração.
Quando já se encontrava no carro, ele pedia impacientemente para o pai ir logo, pois tinha um encontro.
O pai sorriu.
- A onde filho?
- Em meu quarto!
O pai o encarou por um segundo, voltando em seguida à se concentrar na avenida congestionada.
- Com quem?
- Com mamãe – respondeu o garotinho, com um imenso sorriso.
Foi a vez do pai se calar, preocupado.
- Filho, sua mãe foi embora, para sempre. Ela agora não está mais doente, ela está no céu.
O pequeno Pépi olhou para baixo, calado, mas encarou os olhos castanhos de seu pai.
- Não, você está enganado! Eu a vejo todos os dias, em meus sonhos!
O pai ficou quieto, tinham chegado. O menino, percebendo a chegada, pulou do carro e saiu correndo, jogando a bolsa no meio da sala e trancando-se no quarto.
Fechou as janelas, ligou o ar, e tirou os sapatos.
Num pulo deitou na cama, e com um sorriso torto nos lábios, adormeceu.

Pra minha amiga Júú , que me dá coragem para ir pro colégio todos os dias *-*

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lygia Maier

Bom, eu sempre fui uma menina que sonhava demais, e acho que é por isso que minhas histórias ficam boas. E acho que essa é uma boa idéia. Vamos começar...
Aqui está ela, atravessando o mundo, e o mais interessante, a pé. Faz quatro meses que ela vem andando sem descansos, sem cansaço, sem remorsos por ter deixado tudo para trás. Ela está feliz, e seu coração, ansioso. Seus olhos esperançosos, e verdes, olham sempre o horizonte, esperando achar aquilo que a colocou nessa jornada.
Nesse instante seus pés descalços afundam na terra fofa da imensa plantação de trigo. Seu cabelo vermelho, cor de cobre, balança conforme o vento e em suas mãos se encontra uma linda rosa branca.
Seu longo e impecável vestido branco arrasta-se no chão. Ela não sente medo, sono, sede, nada. Sua maquiagem está perfeita até hoje, apesar de ter se molhado. Tudo isso porque uma imensa paz se apossou de seu corpo, e quem está mandando nela é o coração.
É, agora seria um ótimo cenário para nossa personagem encontrar o que procura, porém já enjoei de pôr-do-sol em minhas histórias. Essa é diferente...
A imensa lua já se encontra no céu, junto de milhares estrelas, e Lygia Maier continua a andar, com um pequeno sorriso no rosto. Ela já havia passado pela plantação e agora já se encontrava em um pasto.
Ela puxou a barra do vestido, pulando em seguida a cerca. A noite estava silenciosa e misteriosamente linda. A flor agora encontrava-se em seu cabelo, completando o seu lindo rosto, e pela primeira vez nos últimos quatro meses ela desviou seus olhos do horizonte para admirar a noite, olhar o gado. Depois de alguns segundos ela voltou os olhos para o horizonte, e o que ela viu fez seu coração bater animado. Era a silhueta de alguém. A pessoa também pareceu ficar mais animada, pois pôs-se a andar mais apressadamente. A sensação era ótima, estava apaixonada.
Ela parou ainda olhando o jovem se aproximar. Ele tinha ombros largos, sorriso torto. Sua pele era morena e seus olhos e cabelos eram escuros. Ele estava com uma calça branca e uma camisa social cinza desabotoada, revelando seu peito nu. Seus pés estavam descalços, e em sua mão se encontrava uma linda rosa branca. Ela não precisava saber seu nome, pois tinha certeza que era ele.
Ele finalmente parou. Estava a uns cinco metros de distância. Seu sorriso era imenso. Parado, fitava Lygia, que fazia o mesmo.
- Eu sabia que te encontraria! – ele disse, revelando uma voz rouca que era ao mesmo tempo suave.
Uma sensação gostosa passou por seu corpo, era como se já conhecesse essa voz.
- Eu também... – ela disse docemente.
Ela estava feliz, encantada, pois ela havia finalmente encontrado o que procurava. Ela saiu correndo e pulou em seu colo, e ele em meio a risadas a rodou no ar.
Lygia Maier havia encontrado o seu primeiro amor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Como nos Filmes

Às vezes eu queria ser livre como nos filmes. Como Pocahontas, que tinha aquela imensa floresta para desvendar, eu quero ser livre para poder ouvir o meu coração. Eu quero saber o que ele tenta me dizer todos os dias, dês da hora em que acordo até a hora em que me deito. Às vezes acho que ele grita comigo, mas eu estou presa em meu cotidiano, presa na cidade, na realidade, e infelizmente não consigo ouvi-lo.

Eu desejo ser livre como nos filmes de desenho animado em que se pode fazer tudo. Eu quero ser livre para pular de um precipício, e mergulhar no mais puro azul do mar. Eu quero ouvir o lobo uivar para a lua cheia no meio da noite sem sentir medo. Quero sentir prazer em sentir o vento bagunçar o meu cabelo no cume de uma montanha. Gostaria de sentir a harmonia entre a natureza e o humano.

Eu desejo segurar em meus braços um filhote de leão sem ser atacada. Eu quero ouvir o vento sussurrar no meu ouvido os segredos da floresta. Eu quero ver tudo, sentir tudo, e aprender de tudo. Eu quero ser livre. Quero sentir o prazer de correr livre – e descalça - em uma floresta. Eu quero subir em uma árvore e espiar um ninho com seus passarinhos.

Como Aladin, eu desejo voar em um tapete mágico e me deixar levar pelas maravilhas do mundo. Quero ver o mundo ideal que Deus me deu para apreciá-lo. Quero descobrir novas espécies, quero conhecer novos lugares.

Como Cinderela desejo ter uma noite maravilhosa em um baile. Quero conhecer um príncipe encantado e dançar com ele a noite inteira. Como Cinderela, eu quero acreditar que um dia os meus sonhos poderão se tornar realidade, e a única coisa que devemos fazer é acreditar neles, de todo o coração.

Como os irmãos Lúcia, Edmundo, Susana e Pedro, eu quero sentir o prazer de respirar o mais puro ar de Nárnia. Quero temer aqueles grandes olhos do rei Aslan. Quero passar a mão em seu pelo, e beijar sua juba. Quero percorrer os mais belos campos de Nárnia sentada em seu dorso. Desejo conhecer todas as criaturas, todas as dríades, quero participar de uma festa dos faunos, quero ser aplaudida pelas árvores, quero voar em um cavalo alado. Quero desvendar, viajar por toda a Nárnia. E depois de muitos anos, quero achar a porta do guarda-roupa e contar as novidades para meus amigos, mesmo que eles não acreditem.

Desejo que um dia Peter Pan entre pela minha janela e jogue em mim o pozinho mágico de Sininho, e com ele quero ir até a Terra do Nunca e vencer o Capitão Gancho. Quero ouvir em segurança o canto das sereias, e olhar de longe os piratas. Quero contar história de conto de fadas para os meninos abandonados que moram com Peter Pan dentro da imensa árvore. Quero dividir histórias com Wendy, e contar piadas para seus irmãos, e depois, quero voltar voando de volta para o meu quarto, e escrever detalhadamente tudo em meu diário. Quero ser livre.

Eu desejaria passar um dia no jardim secreto, e mais ainda passar um tempo junto com a linda Pequena Sereia pegando os tesouros encontrados no fundo mar e perguntar para o que eles servem. Gostaria de receber uma bronca de Sebastião, e ver do mar uma grande festa em um navio. Ah como eu queria que fosse como nos filmes.

Eu gostaria ter a coragem de Mulan e me alistar no exército por amor ao meu pai. Amaria de todo o coração desvendar os segredos do mundo do faz de conta. Gostaria que pelo menos um dia esse mundo se tornasse realidade para mim, porém está cada vez mais difícil se chegar nesses lugares, onde os animais falam livremente com você, e você com eles, pois a imaginação está sendo trocada pela preocupação do dia-a-dia. Quais? De fugir de furacões, tirar a água de dentro da casa devido as fortes chuvas, andar preocupado na rua com medo de ser assaltado, ou até mesmo seqüestrado. E com o tempo esses mundos vão ficando cada vez mais distantes de nossas vidas, de nossos corações. Infelizmente para mim essas histórias vão ficar apenas como faz-de-contas, mas que concerteza levarei comigo durante muito tempo, pois acredito que um dia talvez os meus sonhos se tornarão realidade, e eu poderei ser como nos filmes, livre.

Adolescência

Ser adolescente é achar que o mundo vai acabar pelos problemas; é achar que aquele namoro vai durar para sempre, sem saber que o "sempre" não existe.
Ser adolescente é passar horas no computador conversando com a melhor amiga, fofocando e trocando segredos. É deitar na cama de mau humor, porque os pais mandaram, mas só ir dormir depois de pensar em tudo o que está acontecendo no mundo, na vida.
Ser adolescente é tropeçar em uma pedra e quase cair; é fazer caretas no espelho e rir da própria cara. É discutir com você mesmo, sem motivo.
Ser adolescente é não ligar para o que os outros dizem; é extravasar em cada detalhe. É comer brigadeiro dereto da panela, por preguiça de tirar.
Ser adolescente é querer sumir do mundo para nunca mais voltar, e arrepender-se rapidamente disso.
Ser adolescente é sonhar com um mundo melhor. É criticar a roupa da outra, mas mal ligar para a própria.
Ser adolescente é buscar o nada, querendo o tudo.

O presente

- Mamãe, - perguntou a menina de olhos verdes com a cara grudada no vidro do lindo Eclipse de sua mãe de olhos azuis - porque aquele homem de olhos escuros ali na rua fica fazendo malabederizo? – Tropeçou ela nas palavras.
- Malabarismo filha! – corrigiu a mãe.
A mulher olhou para aquele homem sem teto com aquele seu coração frio. Ela teve nojo.
- Ele não é rico como a gente – disse a mãe de nariz empinado. Ele está aí tentando arrumar dinheiro.
- E ele consegue?
- Às vezes filha, as vezes.
O sinal abriu e o carro começou a andar. Seus olhos verdes, de cor esmeralda acompanharam o homem. Estava pensativa. Seu coração estava corroído, estava sentindo muita pena do homem. Todos os dias de manhã ela fazia com sua mãe o mesmo caminho para ir à escola, e aquele homem estava lá, todas as manhãs. E cada dia que se passava os seus olhos verdes se enchiam mais e mais de lágrimas. Mas ela só tomou uma atitude quando viu numa certa manhã que os olhos escuros choravam desconsoladamente, e que ele segurava um cartaz. A menina confusa tentava entender o que se passava com ele.
- Mamãe, lê para mim!
A formosa senhora suspirou.
- “Socorro! A minha filha de três anos está com uma forte pneumonia e não tenho dinheiro para o tratamento. Me ajudem!” – A mãe não fitou a garotinha, apenas manteve a pose.
No outro dia a menina segurava uma caixinha branca, de veludo. Os olhos azuis da mãe tinham percebido que havia algo de diferente na pequena. Ela estava ansiosa. Mas a senhora não se atreveu a perguntar. Ela apenas se conteve.
Quando chegou no costumeiro sinaleiro, a garota abriu um sorriso. Lá estava o homem! Sem mais nem menos ela abriu a janela, colocou o corpo para fora e chamou o homem, ignorando os gritos de sua mãe. Os pequenos olhos verdes se encheram de lágrimas, e um sorriso tímido surgiu em seu rosto.
- Um presente para você, para sua família.
Então ela entregou a caixinha. A menina continuou fitando o homem enquanto seus dedos trêmulos a abria, e percebeu que seus olhos eram castanhos claro. Já aberta, o cara surpreso olhou para ela, não acreditando. Então o sinal abriu e a sua mãe arrancou o carro, e sorridente a menina acenou para ele, se despedindo. O homem fitava o carro, emocionado. A menina se sentou novamente no banco, e colocou o sinto.
- O que foi aquilo? – gritou a mãe.
- Um presente. – disse a menina com seus olhos verdes brilhando.
- O que tinha nele? – gritou a mãe impaciente.
- Toda a minha mesada dos últimos 10 meses.
A mãe abriu a boca.
- Mas a sua mesada é de 3 mil por mês, daria 30 mil reais no total. – disse a mãe ainda gritando.
Os olhos verdes piscaram, derrubando uma lágrima. A filha olhou para a mãe encabulada, mas com seu lindo sorriso ainda no rosto.
- Eu sei.

Queridos leitores,

É minha primeira postagem e meu primeiro blog, e digo que estou meio ansiosa, pois não sei se alguém realmente lerá o que escrevo, mas se alguém ler, acho que já estarei preparada para as críticas. É, eu confesso, sou uma adolescente apaixonada por livros, romances, aventuras, e principalmente, ação, tanto que até estou escrevendo um livro, que tem como título "Solstício de Verão", e que desejo mandar para uma editora ainda nesse ano. Mas isso não convém o caso, e sim que o meu objetivo com esse blog é divulgar minhas estórias, que venho escrevendo ao longo dos anos. Espero que vocês gostem, e me perdoem por essa entediante introdução.